domingo, 16 de novembro de 2008

Hotel Arizona


Acordei e parecia um domingo, olhei no relógio que marcava 10h. Andei pela casa e só encontrei a empregada fazendo o almoço.

- Tua mãe não quis te acordar porque tu chegou tarde ontem, disse que se tu não acordasse até 11h eu te acordasse.
- Onde ela foi? - Perguntei.
- Saiu com tua tia. Deixou o carro aí caso tu precisasse pra sair com teu namorado - Ela me olhou meio de lado - Tu tá namorando?
- Dá uma olhada do que tem na minha cama. - E ri.

A minha mãe era a mais legal de todas, depois que eu havia voltado de viagem ela fazia tudo o que eu queria e me apoiava em tudo sem reclamar de nada, eu estava adorando aquilo.
Me produzi toda antes que o Rodrigo acordasse, fiz muito barulho no quarto, mas ele nem se mexeu, que sono pesado. Liguei pra Vic, mas ela não atendeu.

- Sabrina, o almoço tá pronto.
- Certo, Maria.

Eu ia ter que acordar aquele homem de cueca em minha cama, que maldade.

- Rodrigoo! - Falei baixinho.
- Oi meu amor.

Pra minha surpresa ele acordou na mesma hora.

- Já é meio-dia, vamos almoçar?
- Eu to na tua casa? - Ele olhou ao redor sem compreender.
- É, bebeu demais ontem e.. Tu não lembra de nada?
- Mais ou menos, como eu cheguei aqui no quarto?
- Eu te carreguei!

O celular dele tocou, o que me lembrou das mensagens e da ligação. Eu ia ter que comentar com ele sobre isso, mas eu não queria mostrar que eu invadi o espaço dele, não sabia como fazer. Era a mãe dele reclamando que ele não tava dando notícias. Resolvi tocar no assunto do telefonema.

- Ontem quanto a gente tava voltando teu celular tocou e eu atendi.
- Foi? Quem era?
- Era uma mulher, não quis dizer o nome.
- Deixa eu olhar o número.. - Quando viu ele arregalou os olhos. - Ah.
- Quem é?
- Tu leu minhas mensagens também?
- Não. - Menti.
- Pois lê aqui!

E reli tudo. As mensagens falavam que a garota não havia esquecido o beijo dele e que perdoava o que ele tinha feito (eu não tinha idéia do que era) e que não via a hora de eles se reencontrarem, que estava com saudades e não se importava com o que as pessoas iam falar, contanto que eles dois ficassem juntos. Fiz uma cara de absurdamente chocada, tão real quanto a da noite anterior. Olhei para ele calada.

- Sabe aquela prima do Lucas?
- Hum.
- Ela está pirando! Faz uma semana que ela me liga todo dia, me manda mensagem todo dia. Eu até queria falar com o Lucas pra ele falar com ela que aquilo foi nada haver, mas eu já briguei com ele por causa dela, não quero falar nada, então eu deixo ela ficar mandando mensagem e ligando, só que eu não atendo e não respondo. Uma hora ela vai cansar.
- Certo. - Eu não sabia o que falar e nem o que pensar.
- Tá tudo certo mesmo, amor?
- Sim. Tá com fome?

Fomos almoçar e eu ainda precisava falar com a Victória e o Rodrigo precisava ir para a casa do Lucas trocar de roupa.

domingo, 2 de novembro de 2008

É só que.

Sou rodeada por pessoas que pensam pequeno. Não digo pessoas "burras", mas aquelas que se contentam com pouco e dá para notar isso pela maneira como agem, pelas palavras que saem da sua boca.
Podem me chamar de preguiçosa por gostar de acordar tarde ou passar a mesma dormindo. Por não gostar de lavar pratos ou por não querer trabalhar em qualquer lugar. Podem me chamar de tímida por não querer discutir um certo assunto com pessoas alienadas e, por isso, preferir ficar calada só ouvindo. Podem me chamar de tímida por não querer falar demais com quem eu não conheço o suficiente. Podem me dizer que eu tenho mentalidade de 13 anos por não querer mostar o meu máximo, ele tá guardado para algo mais importante.

E eu posso me contradizer completamente ao tentar explicar que eu não sou tão esnobe como no primeiro parágrafo.
É só que eu costumo ter sonhos e quero realizá-los.

Quando eu fiz a escolha de ser publicitária, mesmo ouvindo pessoas dizer que eu faria propagandas "como essa" da tv. Quando eu resolvi que eu não tinha certeza que ser publicitária era o que eu queria. Quando por o surgimento de uma pessoa na minha vida me fez enxergar outras coisas legais, como a moda. Quando olham para mim com um olhar de desaprovação por eu parecer não entender bem de moda quanto devia. Quando só querem que eu arranje um namorado quando tudo que eu quero conquistar primeiro não é um cara, são meus sonhos, sejam eles muito velhos ou super novos, de poucas semanas.

É só que eu penso alto e não vou deixar ninguém cortar minhas asas.

Porque daqui há umas semanas eu posso odiar moda e publicidade e querer ser médica. O problema é que eu ainda não consegui ver o meu futuro, só que eu sei que ele não anda rastejando e que eu não vou me conformar com pequenas coisas.

Eu quero casar e ter filhos, mas antes eu quero chegar lá e dizer:
eu fiz, eu sou, eu pude.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

é.

Olha o que achei no meio de tantos papéis no meu quarto.

13/10/05

"... E restou só os dois de conhecidos dentro do ônibus. Ela, aflita, por saber que logo ele desceria e seria a ultima vez que o veria dentro de dois longos dias. Já estava cansada, com a cabeça cheia de problemas, arrependida por ter deixado alguém que gostava muito sozinho. “Eu deveria ter voltado”, era o que pensava. Era tarde demais. Bocejava de 2 em 2 minutos, precisava se deitar e pensar como ia resolver tais problemas. Dificuldade, ânsia. Vontade de parar o mundo com suas pequenas mãos e sorrir para ele com ar de vitória mencionando: “agora você é meu, mundinho.”Através do reflexo na janela podia observá-lo, e por ela ficaria ali pelo resto da sua vida. E daí se ele era mais novo e chegava a ser um bobo que falava besteira tentando chamar atenção? Ela sentia atração era por esse seu jeito moleque.Em uma oportunidade, onde pessoas tentavam descer e partir para suas casas depois de um dia de trabalho, ela pode olhá-lo por inteiro. Como ele era charmoso. Foi quando ela despertou dos seus pensamentos com o barulho do sinal, alguém ia descer. Ele havia chegado ao seu mundo. Mundo nem tão distante do dela.A garota olhou para ele como se observasse uma arte. Em meio a movimentos, o enxergou tentando desviar das pessoas, até seus olhos encontrar-se com os dela.
Sorriu.Sorriso agradável que a fez esquecer tantos problemas, um sorriso que a fez sorrir junto e ficar com cara de boba. Ah sorriso lindo, olhar confortável."

É, quando eu tinha amores de colégio, escrevia melho
r.

12 meses e infinito

Entre um suspiro e outro leva-se a vida.
Uma música, um cheiro, palavras, momentos. Da uma vontade de voltar e viver tudo de novo. Sabe quando foi tudo bem vivido? Quando se quer voltar e não mudar nada, tudo do mesmo jeitinho, no mesmo lugar e dia?
Quanta elegância tinha aqueles sorrisos, e quantas fases da lua estivemos juntos, quantas pessoas não sabiam dos sentimentos. O coração chegava a bater tão forte que eu ria comigo mesma só para não haver constrangimento. E eu pude aproveitar cada momentinho que me foi concebido, fiz de cada minuto o último.
Se algo é realmente bom a ponto de lhe tirar atenção da pessoa mais bonita que passa na sua frente, por que abdicá-la então? Se nunca te fez um terrível mal, por que jogar tudo em caixas vazias e escondê-las no fundo do guarda-roupa?
Bem melhor sorrir cada vez que lembrar, contar com o maior gosto tudo que aprontou e continuar fazendo história para os netos.
Porque se foi de verdade não vai acabar.
Se valeu a pena, sempre valerá.
Há “coisas” que são para sempre, entende?

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Um clássico chamado 'Amor'

Ah o amor.
As pessoas adoram esse tema. Eu gosto, admito, mas depende muito de como está minha vida amorosa. É verdade que ela não tem muita pitada de romantismo, sou a pessoa que acha tudo super brega. Flores? Brega. Ursinho? Brega. Declaração de amor em faixas? Brega. Subir em uma mesa e ouvir um 'EU TE AMO'? Brega. É, me condenam por isso, as pessoas me repreendem logo com um "ô, se liga, quando você tiver um namorado você vai ver.." e essa frase me anima, e
como me anima (sinta o ironismo de minha parte)! Sabe o mais engraçado? É quando quem joga essa frase na sua cara são pessoas que namoraram quando tinham 11 anos, ou quem nunca passou de 2 meses de namoro, quem nunca foi fiel apesar de ter tido inúmeros namoros duradouros. Uma graça.
E, até pouco tempo admiti nunca ter sentido nada forte por ninguém. Era estranho ver pessoas sofrendo tanto por outras. Era estranho ver pessoas perdoando absurdos de outras. Eu, quando acreditava gostar de alguém e não dava certo só fazia ficar com outra pessoa ou farriar por aí e dava tudo certo. Não entendia NADA de relacionamentos. Colocava músicas de fossa pra cair uma lágrima, mas nada. Me torturava (ou tentava) vendo os filmes mais românticos mas, ainda assim, nada. Bem, ainda não entendo muito de relacionamentos. Eu achava que só podia ter algum problema.
Aí, meu amigo, me deparei com uma dessas baboseiras que é gostar de alguém de verdade. E, apesar de ter afirmado todo o tempo que era como os outros, a verdade é que, tão velha, uma idosa, nos meus antigos-quase-20-anos, eu descobri meu primeiro amor.

Bonitinho né?
Aaah, cara.