Já ouvi diversas vezes sobre o tempo curar qualquer dor. Confesso que eu mesma já falei isso para algumas pessoas, mas não pensei que, um dia, isso se aplicaria a mim. Em um momento de uma a duas semanas, sofri como nunca. Senti o que acreditava não existir. O choro veio. Foi forte, mas durou pouco menos que cinco minutinhos. Depois disso, comecei a sentir a liberdade se aproximando e um novo sentimento se apoderando de mim. Chamava-se desgosto, e era de você. Era o que eu mais temia. Lembro do dia que eu sentei com minha mãe e pedi ajuda a ela. Contei o quanto gostava de você como amigo, e o quanto eu não queria te magoar. Nós dois erámos muito diferentes: saímos para lugares contrários, morávamos em bairros contrário
s, pensávamos ao contrário... Eu acreditava não ser capaz de te fazer feliz, acreditava que aquilo tudo estava errado e que eu jamais abriria mão da vida que eu tinha por você. Se eu continuasse com aquilo, acabaríamos adquirindo um certo grau de intimidade, você me conheceria demais, saberia o que eu faço o tempo todo. E se um dia acabasse? Iríamos cada um para o seu canto e, ao nos encontrarmos, nos trataríamos como quando amigos? Ou fingiríamos que nem nos conhecíamos? Eu tentaria te evitar e vice-versa? Hoje eu tenho um esboço de resposta. Te evitei por um longo mês - que parecia que não ia acabar - te excluí do msn, pois por mais infantil que pareça, foi a única forma que eu achei de resistir falar contigo todas as vezes que te via online.

Evitei de 2 a 3 festas que eu queria muito ir, porque sabia que tu estaria lá. Rezei muito para que tu su
misse dos meus pensamentos e que, pa
ra mim, tu morresse. Meu coração podia querer o que fosse, mas minha cabeça pedia pra não te encontrar jamais. E a cabeça dominou o coração. Minha viagem se aproximava e, nela, eu tinha a intenção de te esquecer. Não foi preciso dela. Antes mesmo, tu parou de me desejar boa noite depois que eu rezava para dormir, tu parou de me desejar bom dia e de vir a minha cabeça, ao acordar. Os lugares que nos encontrávamos não passavam mais de meros bancos em frente a um estacionamento. As tuas frases que eu escutadas na boca de outras pessoas já passavam despercebidas. E eu não pedi um tempo solteira, não pedi uma festa para relembrar um passado infantil de ficar só por ficar. Eu amadureci. Meus sonhos cresceram, minha visão do mundo só aumentou, minhas opiniões tiveram uma melhor formação - ainda que não a final. - E de uma semana para outra, sem eu perceber, tu sumiu da minha vida, tu morreu para mim. Confesso que ouvi falar de ti, sem querer, algumas vezes. Ironia, apenas. Sinto pena do que tu se tornou para mim, um quase nada, um quase ninguém. Não tenho mais o carinho que eu tinha por ti, nem vontade de te fazer feliz. Não quero te encontrar em lugar algum e desprezo qualquer coisa que venha de você. Eu sei que o que tivemos me ajudou muito, mas eu odeio o que tivemos. Sei que nossos momentos juntos foram divertidos um dia, mas eu odeio os momentos que tivemos juntos. Odeio todos os pedidos de desculpas que você fez, odeio o jeito que você me trata hoje em dia, como seu eu fosse uma qualquer, odeio toda a falta de consideração que você tem por alguém que disse que gostava tanto. Eu te desejo todo o sofrimento que você me fez sentir. Tudo. Em dobro.
Absurdo, eu sei, mas um dia eu alcanço o "Te desejo toda sorte e que você seja feliz.".
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